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Davi recebe a notícia da morte de Saul

Depois que Saul morreu, Davi voltou da sua vitória sobre os amalequitas e ficou dois dias na cidade de Ziclague. No dia seguinte chegou um moço que vinha do acampamento de Saul. Para mostrar a sua tristeza, ele havia rasgado as suas roupas e posto terra na cabeça. O moço foi até o lugar onde Davi estava, ajoelhou-se e encostou o rosto no chão em sinal de respeito. Davi lhe perguntou:

— De onde você está vindo?

— Eu fugi do acampamento israelita! — respondeu ele.

— Conte o que foi que aconteceu! — disse Davi.

— O nosso exército fugiu da batalha, e muitos dos nossos homens foram mortos! — disse o moço. — Saul e o seu filho Jônatas também morreram.

— Como é que você sabe que Saul e Jônatas estão mortos? — perguntou Davi.

E o moço respondeu assim:

— Acontece que eu cheguei, por acaso, ao monte Gilboa e vi Saul apoiado na sua lança. Os carros e os cavaleiros inimigos chegavam cada vez mais perto dele. Então ele se virou, me viu e me chamou. E eu respondi: “Aqui estou, senhor!” Saul perguntou quem eu era, e eu respondi que era amalequita. Aí ele disse: “Fui ferido gravemente e estou morrendo. Venha aqui e me mate.” 10 Então eu subi até o lugar onde ele estava e o matei porque eu sabia que, logo que caísse no chão, ele morreria. Aí tirei a coroa da cabeça dele e a pulseira do seu braço e trouxe para o senhor.

11 Então Davi rasgou as suas roupas em sinal de tristeza, e todos os seus soldados fizeram o mesmo. 12 Choraram, se lamentaram e jejuaram até a tarde por Saul, por Jônatas e por Israel, o povo de Deus, o Senhor, pois muitos deles tinham sido mortos na batalha.

13 Aí Davi perguntou ao moço que tinha trazido as notícias:

— De onde você é?

— Eu sou amalequita, mas estou morando aqui na sua terra! — respondeu ele.

14 — Como é que você se atreveu a matar o rei escolhido por Deus, o Senhor? — perguntou Davi.

15 Então chamou um dos seus homens e ordenou:

— Mate-o!

O homem atacou o amalequita e o matou. 16 E Davi disse ao amalequita:

— O culpado disso foi você mesmo. Você se condenou quando confessou que havia matado o rei escolhido pelo Senhor.

Davi chora por Saul e por Jônatas

17 Davi cantou esta lamentação por Saul e por seu filho Jônatas 18 e ordenou que fosse ensinada ao povo de Judá. (Esta lamentação está escrita no Livro do Justo.)

19 Os nossos líderes estão mortos nos montes de Israel!
Caíram os nossos soldados mais valentes!
20 Não contem isso na cidade de Gate
nem nas ruas de Asquelom,
para que as mulheres filisteias não se alegrem,
nem pulem de contentamento as filhas dos pagãos.

21 Não caia chuva nem orvalho nos montes de Gilboa,
e que os seus campos não produzam mais nada.
Pois ali os escudos dos guerreiros valentes estão cobertos de pó,
e o escudo de Saul perdeu o seu brilho.
22 O arco de Jônatas era mortal,
e a espada de Saul nunca falhava
para derrubar os poderosos e matar os inimigos.
23 Saul e Jônatas, tão queridos e maravilhosos;
juntos na vida, juntos na morte!
Eram mais rápidos do que as águias
e mais fortes do que os leões!

24 Mulheres de Israel, chorem por Saul!
Ele vestia vocês com vestidos de fina lã vermelha
e as enfeitava com joias de ouro.

25 Os soldados mais valentes caíram
e foram mortos na batalha.
Jônatas está morto nas montanhas.
26 Eu choro por você, meu irmão Jônatas;
como eu o estimava!
Como era maravilhoso o seu amor para mim,
melhor ainda do que o amor das mulheres.
27 Os soldados mais valentes caíram,
e as suas armas não têm mais utilidade.

Davi mata o amalequita que lhe traz a notícia da morte de Saul

E, depois da morte de Saul, voltando Davi da derrota dos amalequitas e ficando Davi dois dias em Ziclague, sucedeu, ao terceiro dia, que um homem veio do arraial de Saul com as vestes rotas e com terra sobre a cabeça; e sucedeu que, chegando ele a Davi, se lançou no chão e se inclinou. E Davi lhe disse: De onde vens? E ele lhe disse: Escapei do exército de Israel. E disse-lhe Davi: Como foi lá isso? Peço-te, dize-me. E ele lhe respondeu: O povo fugiu da batalha, e muitos do povo caíram e morreram, assim como também Saul e Jônatas, seu filho, foram mortos. E disse Davi ao jovem que lhe trazia as novas: Como sabes tu que Saul e Jônatas, seu filho, são mortos? Então, disse o jovem que lhe dava a notícia: Cheguei por acaso à montanha de Gilboa, e eis que Saul estava encostado sobre a sua lança, e eis que os carros e capitães de cavalaria apertavam com ele. E, olhando ele para trás de si, viu-me a mim e chamou-me; e eu disse: Eis-me aqui. E ele me disse: Quem és tu? E eu lhe disse: Sou amalequita. Então, ele me disse: Peço-te, arremessa-te sobre mim e mata-me, porque angústias me têm cercado, pois toda a minha vida está ainda em mim. 10 Arremessei-me, pois, sobre ele, e o matei, porque bem sabia eu que não viveria depois da sua queda, e tomei a coroa que tinha na cabeça e a manilha que trazia no braço, e as trouxe aqui a meu senhor.

11 Então, apanhou Davi as suas vestes e as rasgou, como também todos os homens que estavam com ele. 12 E prantearam, e choraram, e jejuaram até à tarde por Saul, e por Jônatas, seu filho, e pelo povo do Senhor, e pela casa de Israel, porque tinham caído à espada. 13 Disse, então, Davi ao jovem que lhe trouxera a nova: De onde és tu? E disse ele: Sou filho de um homem estrangeiro, amalequita. 14 E Davi lhe disse: Como não temeste tu estender a mão para matares o ungido do Senhor? 15 Então, chamou Davi a um dos jovens e disse: Chega e lança-te sobre ele. E ele o feriu, e morreu. 16 E disse-lhe Davi: O teu sangue seja sobre a tua cabeça, porque a tua própria boca testificou contra ti, dizendo: Eu matei o ungido do Senhor.

O pranto de Davi por Saul e Jônatas

17 E lamentou Davi a Saul e a Jônatas, seu filho, com esta lamentação, 18 dizendo ele que ensinassem aos filhos de Judá o uso do arco. Eis que está escrito no livro do Reto: 19 Ah! Ornamento de Israel! Nos teus altos, fui ferido; como caíram os valentes! 20 Não o noticieis em Gate, não o publiqueis nas ruas de Asquelom, para que não se alegrem as filhas dos filisteus, para que não saltem de contentamento as filhas dos incircuncisos. 21 Vós, montes de Gilboa, nem orvalho, nem chuva caia sobre vós nem sobre vós, campos de ofertas alçadas, pois aí desprezivelmente foi arrojado o escudo dos valentes, o escudo de Saul, como se não fora ungido com óleo. 22 Do sangue dos feridos, da gordura dos valentes, nunca se retirou para trás o arco de Jônatas, nem voltou vazia a espada de Saul. 23 Saul e Jônatas, tão amados e queridos na sua vida, também na sua morte se não separaram! Eram mais ligeiros do que as águias, mais fortes do que os leões. 24 Vós, filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestia de escarlata em delícias, que vos fazia trazer ornamentos de ouro sobre as vossas vestes. 25 Como caíram os valentes no meio da peleja! Jônatas nos teus altos foi ferido! 26 Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres. 27 Como caíram os valentes, e pereceram as armas de guerra!